quinta-feira, 24 de março de 2011

Carta de Alforria


E alguém lá tem certeza de algo nesta vida?

Pode parecer Fuga,
mas prefiro encarar como um Encontro
Pode surgir Dúvida,
mas preciso mergulhar na Busca
Prefiro entender sentindo
Preciso me ver sorrindo
Prefiro chorar de alegria
Preciso molhar a boca
Prefiro buscar,
emocionar,
elucidar
Preciso desancorar
voar
brilhar
Prefiro a tentativa
Preciso de amor

Desisto do paliativo
Cansei do quase
Desisto da promessa
Cansei do se
Desisto do superficial
Cansei do mea-culpa
Desisto do cansaço
Cansei de embaraços

É a Carta de Alforria!

Olho a Beleza deste dia
e me pergunto como não sentir gratidão
como não ter a ilusão de um mundo melhor
como não se questionar sobre o que se fez e faz
Tudo parece tão solto, tão livre, tão calmo e em paz
que até me causa uma certa estranheza
mas acho que é aí mesmo que está a beleza deste momento

Sinto-me leve como o vento
Sinto-me forte como o vento
Sinto-me instável como o vento
Sinto-me livre neste tempo
Sinto-me inteira neste tempo
Sinto-me absoluta neste tempo

Sinto-me, leio-me, permito-me, deleito-me comigo e meus sonhos, meus eus, meus pensamentos, meus anseios, meus medos, minhas inseguranças, minhas certezas, minhas proezas, minhas farpas, minhas teias, minhas meias e sapatos, meus labirintos e instintos.



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