sábado, 2 de abril de 2011

Mais que o Céu


De abstrato, já tenho o prometido céu
Não quero nada de papel
Não quero TV, nem PC
Quero o presencial
Cansei de músicas e poemas
Cansei de medos e dilemas
Quero o visceral

Anseio por tudo o que tenho direito
Percebo que tudo aquilo que tenho feito
só tem me afastado do que de fato mereço

Penteio os cabelos em frente ao espelho
e vejo o reflexo de um rosto cansado de desentender
percebo um olhar desanimado e incrédulo
noto um ombro pesado
Um sorriso frouxo arrisca sair de meus lábios
mas engolido pelas lágrimas, desiste de vingar

Então me ponho a rezar e depois gargalhar duma história tão patética
E ainda que me chamem de intensa, de maravilhosa e de poética
O que sinto é absolutamente incoerente com o que de mim se diz
O que tenho são lembranças duma ou outra cena feliz
que teimam em passear pela minha memória fingindo-se de história de amor
mas por favor, quem não vê que tudo não passa de fantasia barata?
Ilusões que me custaram caro ...
fantasiadas de sentimentos raros
Iludida por rostos comuns, palavras triviais, ideais banais?
Que coisa de principiante!
Quem vê já não é uma antiga errante
que diante de carinhas comuns já aprendeu o que falar,como lidar
Quem vê ainda é aquela menina diante de seu primeiro amante

Já não chora, porque aprendeu que lágrimas não secam dor senão para iludir
Já não ora, porque aprendeu que páginas viradas Deus não costuma acudir

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