segunda-feira, 18 de abril de 2011

Amores(?) Atuais



Cadê a graça dessa gente?
Cadê a verdade de quem mente?
Já não suporto tanta deslealdade
tanta falta de inteireza
tanta luz acesa
e nenhuma idéia em mente
nenhum sentimento eloqüente
nenhuma voz – macia ou rouca
sequer alguma paz – veloz ou pouca

Tudo é tão previsível
Tão igual e cansativo
Nada parece insuperável
e qualquer coisa é questionável

Sabe-se truques de conquista
Peripécias sexuais
Dicas de revista – muito bem decoradas
E o que mais?

Onde está a graça nisso tudo?
Olho esse povo todo, essa multidão e não me vejo fazendo parte desse grupo
Sinto-me como uma garota virgem prestes a ser violentada, é sim: um estupro!
Violentada em suas crenças, em sua fé numa sociedade estranha
Violentada nos sonhos, nos desejos...
Meus ideais, valores e sentimentos não valem nada?
Sou eu então que estou errada?
Devo vestir o que todos usam?
Pensar o que me pedem?
Ignorar o que fingem?
Perdoar o que fazem?
Entender o que querem?
Desamar no mesmo dia da deitada?

Lamento se os decepciono, mas essa não seria eu
Seria uma sereia sem mar,
um bêbado sem bar
uma palavra solta nos lábios 
sem qualquer sentido, sem direção
sem intenção de ser o que quer que fosse

E, desculpem-me os descrentes,
mas eu ainda tenho intenções
de ser
de ver
de crer
É, acredito, apesar dos senões
que algo valha à pena!
que talvez eu possa...
que algo mude,
que o mundo gire
que o mundo vire um lugar melhor
Nem que, para isso, eu tenha que mudar de mundo

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