E sendo poeta, tudo é mais leve
Tudo é tão raro e profundo
E ao mesmo tempo tão ligeiro, tão banal
E sendo poeta, posso ser eu
Sem tanto adeus, sem tantos ‘para sempre’
Posso sentar à beira do rio de letras
e, ainda que não perfeitas,
brincar com elas bem à vontade
E sendo poeta, o mundo é tão mais doce
Os sons tão mais suaves,
Os beijos mais molhados
- ainda que vivam só no imaginário
E sendo poeta, por que ser ordinário?
Comum é o que está despido de magia
O que suspira entre as frestas de minhas pálpebras
antes do bom devaneio delirante e insone
antes do bondoso doloroso nome
que balbuciam meus lábios
Vou sendo poeta, porque disso não me podem proibir
Vou vendo e volvendo
minha alma poeta, porque isso nem eu mesma posso negar-me
vou lendo e revolvendo
minha sina poeta, minha vida poeta, minha?
Creio que não.
Só POETA
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