Oxum me lavou
Levou-me para o fundo de suas águas
Mostrou-me tesouros ocultos,
ensinou-me seus cantos
contou-me uns segredos
seduziu-me entre mistérios
e seus minérios me ofertou
Oxum me amou
Amarrou-me em seu véu
E presa em seu encantamento
Nem sabia o que era terra ou
firmamento, o que era meu céu
Quem era Ela, quem era eu
Sabia apenas que era bela
Absorta em suas águas
Inebriada por seu canto
Entreguei-me e, coberta por seu manto,
Fui, flui, cai por inteiro no seu infinito
Mergulhei em seu ventre úmido e fértil
Ao abrir os olhos, me vi na superfície
Oxum me segurava para que eu pudesse
respirar o cheiro de seus lírios e perfumes
Trouxe-me às pedras para mostrar
as doçuras e agruras dos amores
que existem, mas não vi
as destrezas das belezas
que existem, mas não vi
as magias e alegrias
que ainda não vivi
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