terça-feira, 15 de outubro de 2013

(Em) Carne Viva


Eu sou forte, inteira, verdadeira
Não levo jeito para freira
e ninguém me freia

Sou rezadeira, benzedeira
rendeira das minhas histórias
cozinheira de minhas memórias

Eu sigo para o norte,mas venho do sul
Não temo a morte, mas honro a vida
Não creio em sorte,mas nas acolhidas
nas estradas e caminhadas escolhidas

Sou filha do vento
Sou amiga da Lua
Sou vida, alimento
Estou em carne viva
sou assim, carne crua

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Renovando



E assim, de não em não
Fui descobrindo meus 'sins'
E enfim, de grão em grão
Fui despedindo meus fins
propondo-me
a novos começos
a novos tropeços
a novas de mim!

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Manto de Mar

Queria ser peixe,
nasci quase mulher
Nasci de uma mulher
para ser mulher inteira
quem pudera, uma sereia...
Transformar-me em peneira
onde perpassassem emoções
luzes, cores e lágrimas salgadas

Despertei com uma cauda
tão linda e longa e reluzente
Certamente me fez diferente
algo desajustada ao ambiente
que me (a)cerca e me oprime
não me vê certa, e me reprime

Desaguar aos pés do mar
é meu consolo
meu sopro
meu canto
meu manto
meu encanto: Odoyá


(In)Verdades Mentais


Que mania temos de querer certezas
De julgar com espertezas da mente
o que pensamos entender

Que maneira temos de querer proezas
De juntar resultados e respostas
De manter os pés no chão
Se não nos permitimos
O vão, o belo, o vago

Que parte nos cabe em nossa própria história
Que lembrança caberá ao fim dos dias na memória
Recordaremos os momentos ditos, ou os que sentimos
Reinventaremos as partes faltantes com verdades ou mitos?

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Adeus, Inertes



Arranca dos cascos e pés
o que não pode tirar d'alma
Arrebenta ondas e correntes
observa erros tão frequentes

Astuta, cavalga pela beira, rumo ao fim
Ávida por vida plena e doce e farta
Abandona o que não serve,
ao que não ferve

terça-feira, 23 de julho de 2013

Fêmea



Não me diga que tua liberdade
Não se aplica aos teus lençóis
Que tuas luas e sóis
Dependem de homens
de nomes e sobrenomes

Não me diga que te sentes pouco
Que sentes oco o coração
Pois não tens namorado

Não me diga que precisas de outro
Que te complete, que te cubra
Que te cumpra promessas
Que te culpe e cobre

Não me dita se te sentes puta,
Pobre mulher
se não sabe quem é
se não sabe o que quer

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Formas Quentes


Imersa em água quente
Molhando desejos latentes
Amornando ideias ardentes
Acalmando doçuras decentes
que descem por todo o corpo

nem sei se se estou vivo ou morto
se o banho é frio ou morno
agora que sinto e sofro

Sou um corpo amorfo
Um gato, um mofo
na parede fina
da escada

A estrada
da vida
ferida

A passagem
secreta
interna
da perna
que o tempo
sempre passa

terça-feira, 25 de junho de 2013

Meu Império: Mistério


Entre mistérios e sortilégios
Abusos e abstinências
procrastinações
e lamentações
construo meu Império
Sem impropérios
futuros ou pretéritos,
meu encanto é o Presente.

Há quem tente me dissuadir
ludibriar e persuadir
com jogos ardis
olhares sutis
Tudo em vão

Meu chão é flutuante mas firme
Meu pão é inebriante mas vive
entre corpo e espírito
mente e intuição
verdade ou não
construção

Cansaços e Espaços


Aparentemente cansada,
estou é exausta
Sou incauta
incandescente
indecentemente
apaixonada por tudo e nada

Uma fagulha,
Uma faísca
Uma pista
é o que basta
para a busca

Uma brusca mudança
Uma vasta lembrança
Uma fada, uma trança
Um fado, um bom samba
o que sobra das sombras
das nuvens negras no céu
de meu misterioso véu cinzento

terça-feira, 28 de maio de 2013

Onde Aportas Há Portas?

Sou tudo o que sinto
Nem tudo demonstro, minto
Silencio cantos e pontes e montes
de mim, de tudo o que posso, do que é nosso
Sou várias de mim
Nem todas eu gosto, acostumo
Saúdo prantos e cores e amores
enfim tudo cabe, tudo abre as portas afins

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Vagando














Levou suas mãos à cabeça e pensou:
"Já não sou a mesma!"

Sussurrou ao pé do ouvido do vento:
"Já não temos tempo!"

Serenou pés e pretensões
Aquietou corações
Sossegou ilusões

Salteou por entre dores
Saboreou seus anseios
cheirando à mato
E viu que, de fato
O mundo, o Mago
É solitário e vago

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Casto e Vasto Amor


Casto e vasto
Sentimento
Raro e raso
Entendimento

Sem lamento,
Aguento o torpor
que me invade e inquieta

Deixo a porta aberta
“Entra, brisa do amor!
Me toma, me desperta!”

Sem tormento
Alimento o calor
que me faz melhor
e maior que o medo

quarta-feira, 27 de março de 2013

Laços e Linhas



Vem logo e desamarra o laço!
Já não serve este cansaço
que toma meu corpo
e meu espírito

Vai logo antes que suma o traço
a linha, o fio que corta
a divisória desta porta
o meu vazio

Hálito do Hábito



Sou uma grande brincadora
Bebedora de verdades e mentiras
Para entender meus sonhos e outras realidades

Sou uma guerreira vencedora
Benzedeira de maldades e quebrantos
Parteira de ideias, poemas e caminhos ‘secretos’

Trilho pelo certo, pois pra mim, nem há errado
Há o simples, o natural, o intenso, o sagrado
Pudor maligno adormecer ao amanhecer?
Odor líquido: água doce ou o mais salgado
dos sabores a entorpecer lábios e mentes?
Sementes espalhadas cuidadosamente
sempre geram frutos adocicados?
Salpicadas por sobre as palhas
Bagas não nobres florescem
Desavisadas e puras?
Frescuras
Frescores
do hálito divino
do hábito divino
que me habita



Sou EU




Sou a Deusa que me habita
Sou a água que me leva
Sou o ar que me eleva
Sou a terra que me compõe
Sou o fogo que me transforma

Sou a Deusa que em mim vibra
A minha mãe, minha filha, meu reflexo

Sou a água que em mim circula
A minha lágrima, o meu suor, o meu sangue

Sou o ar que me circunda
Que me faz levitar, voar, transcender

Sou o fogo que queima meus medos
Eu mesma a seladora destes segredos

Banho Preparado




Me embebedando de belezas naturais
Parti rumo ao meu cais de paz
Me embelezando em meus mananciais
Parti para o meu templo,
onde meu tempo vale mais

Ao chegar, me deparei com o mais belo banho de sais
Esmerado e preparado pela Grande Mãe dos mares
A chorar, me declarei à Ela e suas sereias
que, antes mesmo de eu acordar,
enfeitaram nosso lar, o mar
com a mais bela espuma

Em meio às areias e Lua Cheia
Em meio às nevoas ,brumas
Enfeitiçaram meus anseios
Liberaram meus receios
Renovaram minha força
Limparam minha aura
Trouxeram a calma
Por que minha alma
clamava em silêncio

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Tem Gente (?)


Tem gente que me dá vontade de ser mais gente
Mais quente, mais pra frente
Mas também há quem tente
me deixar menos ardente


Tem quem me faça sentir vontade
de parar com tudo, falar mudo
Virar a mesa, o mundo


Tem gente que me dá um certo tédio
Mais morno que o tal prédio
Que me prende todo dia
Que me Perde todo dia


Me faz sentir vazia
Nem me deixa ser vadia
Como a vida, a cama pede


Tem gente que
só faz desfazer o laço
eu vou lá e desembaraço
Não me cabe mais pedaço
Como a vida, como o cansaço
Engulo tudo, até o bagaço
Pego firme, solto o braço


Tem gente que nem percebe
Que o mundo é meu
E posso pintar que cor quiser
E posso burlar o sistema, o esquema
Não há problema, nem crise, nem dilema
Existo eu, meu amor, meu romance, meu cinema
Meu filme é sem filtro, sem ressalva, sem melindre

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Elementos que Sustentam


E é sobre este chão
que me nutre e me sustenta
que seguirei pulsando e vibrando

E é sob este porão
abaixo do céu que meu clarão
interno derramará luzes pela terra

E é só Gratidão
O segredo que me alimenta
Somado ao amor que me banha

E é solto o perdão
Que queima por, para e de mim
E chama por todos para o triunfo no fim

É Hora




Sinto que é hora de voar
Sentir o chão faltar
Transpor barreiras, volitar
Por sobre os sonhos desfeitos
Voltar a compor a partir da essência

Sinto que é hora de largar
Sentir nos pulmões o ar
Transcender as ilusões
Por intuição certeira, mergulhar
Voltar a inventar a partir do vazio

Sinto que é hora de recomeçar
Sentir na alma o todo
Traduzir em mim o mundo

domingo, 20 de janeiro de 2013

Entre Luas e Linhas


Tocando a lua, vicejei
Emendei a noite com a vida
o breu com as feridas
que quis secar
entre lágrimas

Trocando as pernas, relutei
Empreguei a força protegida
pelas últimas palavras proferidas
que quisera tanto abafar
entre sorrisos


segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Vivo, Vibro


O grande mistério da vida
é ainda o que me encanta

Minha alma canta sem saber o que
ou sem saber se teria talvez porquê

E este canto silencioso vibra em todo o meu Ser
me embala em braços fortes e macios

E este manto caloroso aquece minhas fibrasE este canto silencioso vibra em todo o meu ser
me embala em braços fortes e macios

E este manto caloroso aquece minhas fibras,
minhas filhas. Todas as partes de mim,antes frias

E esse espanto que me toma, não assombra
imanta em cada célula a presença do Divino

Julia SS
Poema: Vivo, Vibro
minhas filhas. Todas as partes de mim,antes frias

E esse espanto que me toma, não assombra
Imanta em cada célula a presença do Divino